Indústria 4.0: O que é? Conceitos e Aplicações

Vamos falar sobre indústria 4.0?

Para começarmos, aqui vai um breve questionamento, sabe o que  tecnologias como Internet das Coisas, Big Data, Inteligência Artificial, Impressão 3D e Aprendizado de Máquina têm em comum?

Todas são tecnologias emergentes que se tornam o diferencial para essa nova revolução.

Há algumas décadas atrás seria inimaginável cogitar a possibilidade de uma máquina tomar decisões de produção, ou uma linha de montagem inteira prever o fim do estoque e não só avisar mas como dar uma previsão de parada por falha e disparar emails de aviso para o setor de compras e gerenciamento.

Tudo isso pode parecer com a indústria do futuro, se estivéssemos falando de 30 anos atrás, mas essa já é a indústria do hoje, essa é a Indústria 4.0!

A Origem da Indústria 4.0 e Suas Diferenças em Relação às Revoluções Anteriores

O conceito da Indústria 4.0 surgiu na Alemanha em meados de 2010, e foi utilizado pela primeira vez na Feira de Hannover em 2011.

O termo foi resultado de um projeto do governo alemão que visava promover a digitalização da manufatura, com o objetivo de tornar a Alemanha um líder mundial em fornecimento de soluções avançadas, plano este que se tornou tão bem sucedido que hoje indústria 4.0 deixou de ser um conceito e está se tornando uma realidade em diversos locais do mundo.

As Revoluções Industriais Anteriores:

  • Primeira Revolução Industrial (século XVIII): Marcada pelo advento da máquina a vapor e a mecanização da indústria têxtil. Esta fase iniciou a transição de processos manuais e artesanais para a produção em larga escala, utilizando máquinas para aumentar a eficiência.
  • Segunda Revolução Industrial (século XIX): Caracterizada pela introdução da eletricidade, a produção em massa e o uso de linhas de montagem. A eletrificação e o desenvolvimento de novos processos, como o aço, permitiram a fabricação em grande escala e a criação de novos produtos e mercados.
  • Terceira Revolução Industrial (século XX): Também conhecida como Revolução Digital, trouxe a automação através da eletrônica e da informática. A introdução de computadores, sistemas de controle e automação industrial permitiu uma maior precisão e eficiência na produção, marcada também pela robotização de diversos setores da indústria, tendo como destaque a indústria automobilística. 

Qual seria a ‘Revolução’ da indústria 4.0?

Diferentes das últimas 3 grandes revoluções industriais a indústria 4.0 não se destaca por uma mudança bruta de processos como a troca das máquinas a vapor para elétricas ou robotizar as fábricas, a quarta revolução industrial tem como foco central a Integração e Conectividade, onde se busca integrar diferentes áreas do conhecimento para o processo fabril, desde a impressão 3D a profissionais de TI que na indústria 4.0 são uma mão de obra indispensável.

Como exemplo disto, temos:

  • Integração Digital e Conectividade: Ao contrário das revoluções anteriores, que se concentraram em tecnologias individuais, a Indústria 4.0 enfatiza a integração digital. A conexão entre dispositivos e sistemas por meio da Internet das Coisas (IoT) permite a comunicação e o controle em tempo real, otimizando processos de forma holística.
  • Automação Inteligente e Análise de Dados: A Indústria 4.0 se destaca pela utilização de Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning para analisar grandes volumes de dados e realizar decisões automatizadas.

    Essa abordagem possibilita uma otimização contínua dos processos e a adaptação às mudanças de demanda de maneira ágil.
  • Modelagem Virtual e Simulação: A criação de Digital Twins e simulações avançadas é uma inovação significativa da Indústria 4.0. Ao permitir a modelagem e análise de processos e produtos em ambientes virtuais antes da implementação física, reduz-se o risco e o custo de ajustes.
  • Personalização e Flexibilidade: Enquanto as revoluções anteriores focaram na produção em massa, a Indústria 4.0 permite uma produção personalizada em massa, adaptando-se rapidamente às preferências dos consumidores e às condições de mercado.
  • Tecnologias Avançadas: A Indústria 4.0 é impulsionada por tecnologias emergentes como a Manufatura Aditiva (impressão 3D), Realidade Aumentada e Virtual, que proporcionam novas formas de criar e visualizar produtos, tornando o processo de fabricação mais eficiente e inovador.

Pilares da Indústria 4.0

Por ter diversos conceitos, tecnologias e processos diferentes em uma única revolução, pela primeira vez na história foram adotados tecnologias chave para um processo 4.0, conhecidos como os pilares da indústria 4.0, sendo eles:

  • Internet das Coisas (IoT): Conecta dispositivos e sensores para coletar e analisar dados em tempo real, permitindo o monitoramento e o controle remoto dos processos produtivos.
  • Big Data e Análise de Dados: Utiliza grandes volumes de dados para identificar padrões, otimizar operações e prever falhas, apoiando decisões mais informadas e ágeis.
  • Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning: Automatizam processos e otimizam a produção ao aprender com dados históricos, promovendo melhorias contínuas e decisões preditivas.
  • Robótica Avançada: Implementa robôs colaborativos e autônomos que realizam tarefas complexas com precisão e eficiência, ampliando as capacidades produtivas e reduzindo erros humanos.
  • Simulação e Digital Twins: Cria modelos virtuais de processos e produtos para simulação e testes, facilitando a análise de desempenho e a identificação de melhorias antes da implementação física.
  • Manufatura Aditiva (Impressão 3D): Permite a produção de peças e componentes diretamente a partir de modelos digitais, reduzindo o tempo e o custo de fabricação e permitindo personalizações rápidas.
  • Realidade Aumentada e Virtual: Melhora o treinamento, o suporte técnico e a visualização de processos por meio de interfaces imersivas e interativas, proporcionando uma experiência mais envolvente e educativa.

Onde a Indústria 4.0 Pode Ser Aplicada?

A pergunta mais adequada seria: onde a Indústria 4.0 não pode ser aplicada? Com um conceito tão vasto e repleto de inovações tecnológicas, a Indústria 4.0 encontra espaço em praticamente qualquer processo fabril, seja nas pequenas indústrias, seja nas maiores montadoras.

Ao contrário das revoluções industriais anteriores, a quarta revolução industrial não visa alterar radicalmente a estrutura, o maquinário ou os processos de produção. O objetivo é integrar, otimizar e tornar esses processos mais eficientes.

A proposta é conectar todos os processos de uma planta industrial. Isso vai além de células robóticas que se comunicam com centros de usinagem para colocar e retirar peças da linha de produção. Estamos falando de inteligência artificial monitorando e analisando todo o processo de produção, tomando decisões automáticas, ajustando parâmetros operacionais, gerando relatórios, prevendo falhas e sugerindo melhorias.

Câmeras podem detectar erros, situações de risco e quedas na qualidade. Além disso, a fábrica acumula um enorme banco de dados, que é constantemente analisado por IA para aprender e aperfeiçoar continuamente o processo fabril.

E a Indústria 4.0 não se limita à integração dentro de uma fábrica. Ela também permite a comunicação entre diferentes fábricas de forma coordenada. Imagine uma fábrica de bolos notificando seus fornecedores de farinha sobre o nível de estoque em tempo real e fazendo pedidos automaticamente conforme a demanda. Esse é o verdadeiro poder da Indústria 4.0, a interconectividade e a eficiência em todos os níveis da produção.

Qual a Proposta para a Indústria 4.0 no Brasil?

A Indústria 4.0 representa, de fato, uma oportunidade para modernizar o setor industrial brasileiro, mas o contexto do país revela uma série de obstáculos que dificultam essa transformação. O Brasil, historicamente, se baseia em um modelo econômico focado na exportação de matérias-primas, como minérios, soja e petróleo, que são industrializadas no exterior e reimportadas como produtos acabados.

Essa dependência da exportação de commodities, em vez de um processo de industrialização local, enfraquece o desenvolvimento de um setor industrial robusto e tecnologicamente avançado dentro do país.

Além disso, o Brasil ainda enfrenta dificuldades em consolidar a Indústria 3.0, que é marcada pela automação e a digitalização da produção. Muitos setores industriais ainda operam com tecnologias defasadas e carecem de investimentos em inovação.

A infraestrutura básica, como energia elétrica estável e internet de alta velocidade, permanece insuficiente em várias regiões, especialmente em áreas afastadas dos grandes centros. Essa realidade limita o avanço de tecnologias mais sofisticadas da Indústria 4.0, como Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial.

A transformação digital no Brasil, embora incentivada por algumas iniciativas governamentais, ainda está distante de atingir o nível de industrialização visto em países mais desenvolvidos. Para o Brasil aproveitar as oportunidades da Indústria 4.0, o país precisa coordenar melhor os esforços, priorizando a inovação interna, a modernização da infraestrutura e a requalificação da força de trabalho.

Isso passa também por uma revisão da política de exportação de matérias-primas, visando aumentar o valor agregado da produção nacional. Caso contrário, o país continuará preso em um ciclo de baixo valor agregado, onde depende da tecnologia de fora para transformar a própria riqueza que exporta.

Apesar de alguns indicativos negativos sobre o mercado nacional, ainda existem iniciativas de empresas que estudam e aplicam as tecnologias da indústria 4.0, como por exemplo as fabricas da mercedes para produção de caminhões que já se denominam fabricas 4.0, além de já existirem alguns centros de desenvolvimetno da industria 4.0 capacitando e formando novos profissionais prontos para implementar e trabalhar com essas novas tecnologias emergentes.

Como Está a Indústria 4.0 Hoje no Mundo?

A Indústria 4.0 já é uma realidade em diversas partes do mundo, com fábricas completamente automatizadas e conectadas que estão redefinindo os padrões de produção. Um exemplo notável é a Tesla, que combina inteligência artificial, robótica avançada e big data para criar uma linha de produção quase inteiramente automatizada em suas fábricas. A Gigafactory, por exemplo, é um modelo de produção inteligente que utiliza dados em tempo real para otimizar processos, prever falhas e melhorar continuamente a eficiência. Esse nível de automação e integração coloca a Tesla como um dos principais exemplos de uma fábrica 100% Indústria 4.0.

Outros exemplos globais incluem a Siemens, que implementou tecnologias de automação avançada em suas fábricas na Alemanha, e a General Electric, que utiliza inteligência artificial e IoT para maximizar a produtividade e reduzir custos.

Na Ásia, o Japão também tem se destacado com a automação robótica e sistemas de manufatura altamente integrados, enquanto a China está investindo pesadamente em transformação digital para impulsionar sua produção industrial.

No entanto, mesmo em países avançados como Estados Unidos, Alemanha e Japão, o processo de adoção da Indústria 4.0 está em constante evolução. Essas nações estão continuamente aprimorando suas fábricas inteligentes, desenvolvendo novas tecnologias e expandindo os conceitos além dos nove pilares iniciais da Indústria 4.0, como IoT, big data e inteligência artificial.

Hoje, fala-se de um ecossistema ainda mais amplo, que inclui tecnologias como drones, biotecnologia, computação quântica, gêmeos digitais e novos avanços em cibersegurança.

Conclusão

A Indústria 4.0 já deixou de ser uma ideia distante e está transformando o cenário industrial mundial. Tecnologias como IoT, IA, big data e manufatura aditiva já são amplamente utilizadas em fábricas inteligentes, oferecendo maior eficiência, flexibilidade e precisão.

O futuro da produção está em constante evolução, e as empresas que adotarem essas inovações estarão na vanguarda de uma nova era industrial. Seja no Brasil ou em outros países, a Indústria 4.0 oferece uma oportunidade sem precedentes para reimaginar e redefinir a forma como produzimos e interagimos com a tecnologia.

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Node-Red Para Automação: Conceitos e Aplicações

O uso do Node-Red para automação revoluciona os processos industriais, oferecendo uma plataforma visual que simplifica o desenvolvimento de aplicações complexas e integrações robustas.

Neste artigo, vamos explorar e entender o que é o Node-Red, suas funcionalidades e aplicações, e, além disso, como essa poderosa ferramenta pode ser utilizada para automação industrial.

O que é Node-Red?

Node-Red é uma poderosa ferramenta de programação visual de código aberto, desenvolvida pela IBM. Além disso, ela permite conectar e automatizar dispositivos de hardware, APIs e serviços online.

Com uma interface gráfica intuitiva, os usuários podem criar fluxos de trabalho conectando blocos (nodes), o que facilita o processamento de dados, a interação com sistemas e o controle de dispositivos.

Consequentemente, essa flexibilidade torna o Node-Red uma solução destacada para automação, particularmente em ambientes industriais que exigem a integração de diversas tecnologias.

Principais Funcionalidades do Node-Red

A versatilidade do Node-Red é sua grande força. Ele se adapta a uma ampla gama de aplicações dentro e fora da automação industrial, como:

  • Integração Ágil de Sistemas: Ideal para desenvolver soluções rápidas onde a comunicação direta entre sistemas é dificultada por falta de compatibilidade nativa.

  • Prototipagem de IoT e Automação: Facilita a criação de protótipos para testes e validações antes da implementação em larga escala, reduzindo riscos e custos.

  • Automatização de Tarefas Repetitivas: Reduz a necessidade de codificação manual intensiva, permitindo economias de tempo e recursos significativos.

  • Monitoramento em Tempo Real: Oferece dashboards personalizados que possibilitam a visualização e análise de dados em tempo real, garantindo tomadas de decisão informadas.

  • Modernização de Sistemas Legados: Expande a conectividade de sistemas antigos, permitindo que se comuniquem com novas tecnologias e plataformas modernas.

Exemplos de uso do Node-Red em Automação Industrial

Monitoramento Contínuo e em Tempo Real: Com o Node-Red, é possível configurar a coleta de dados de sensores e dispositivos industriais em tempo real, possibilitando o monitoramento contínuo de máquinas.

Isso garante que as equipes sejam alertadas rapidamente sobre falhas ou necessidades de manutenção preventiva, minimizando interrupções e perdas de produtividade.

    Integração Eficiente com Sistemas SCADA: O Node-Red funciona como um intermediário eficaz, integrando diferentes sistemas SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition) com outras plataformas, como ERPs e bancos de dados.

    Isso promove uma troca de informações mais eficiente, otimizando a operação industrial.

      Automatização Inteligente de Processos: O Node-Red permite a automação de fluxos de dados e comunicação, como a integração de sistemas de pedidos online com controladores lógicos programáveis, transformando dados de pedidos em variáveis de processo de forma automática e precisa.

        Conectividade com IoT na Indústria 4.0: No cenário de Indústria 4.0, o Node-Red é uma ferramenta fundamental para conectar dispositivos IoT, permitindo a comunicação entre sensores, atuadores e sistemas de controle.

        Essa conectividade é essencial para a criação de um ambiente de produção inteligente e integrado.

          Aplicações de Realidade Aumentada: A integração de dados do chão de fábrica com APIs que suportam aplicações de realidade aumentada abre novas possibilidades.

          Operadores podem visualizar parâmetros críticos de máquinas sem precisar se aproximar fisicamente, usando interfaces intuitivas e conectadas, o que otimiza a segurança e a eficiência operacional.

            Como Node-Red está simplificando a integração

            No contexto industrial, o Node-Red destaca-se por sua capacidade de integrar múltiplas tecnologias e simplificar processos de automação.

            Além disso, sua interface visual amigável permite integrar APIs, gerar dashboards para análise de dados e conectar tecnologias para disparar alertas, enviar e-mails ou notificações automáticas baseadas em decisões de manufatura.

            Ademais, o Node-Red pode ser utilizado para integrar dados industriais com aplicações de inteligência artificial, consequentemente, permitindo decisões mais rápidas, precisas e eficientes.

            Além disso tudo, ele também possibilita a automatização de tarefas administrativas, como o preenchimento de planilhas online.

            Como Baixar o Node-Red

            A instalação do Node-Red é simples e pode ser realizada em diversas plataformas, como Windows, macOS e Linux. Segue um guia básico:

            1. Instalação Node.js: O Node-Red é construído em cima do Node.js, portanto, a primeira etapa é instalar o Node.js no seu sistema. Isso pode ser feito baixando o instalador diretamente do site oficial do Node.js.

            1. Instalação do Node-Red: Com o Node.js instalado, use o npm (Node Package Manager) para instalar o Node-Red globalmente com o comando:

                    npm install -g –unsafe-perm node-red.

            1. Execução do Node-Red: Após a instalação, inicie o Node-Red digitando node-red no terminal. A interface do Node-Red abrirá automaticamente em seu navegador, geralmente acessível via http://localhost:1880.

            1. Instalação de Nodes Adicionais: O Node-Red permite adicionar nodes via seu gerenciador de pacotes, expandindo a integração com diversos serviços e dispositivos.

            Considerações Finais

            O Node-Red se consolida, sem dúvida, como uma ferramenta indispensável na automação industrial moderna, proporcionando não apenas flexibilidade, mas também facilidade de uso e uma capacidade de integração poderosa.

            Além disso, para aqueles que buscam conectar sistemas, automatizar processos e, ao mesmo tempo, implementar novas tecnologias de forma eficiente, o Node-Red certamente é uma escolha acertada.

            Além disso, com sua instalação simplificada e uma forte comunidade de suporte, você pode começar a utilizá-lo rapidamente em seus projetos. Dessa forma, você estará impulsionando a inovação e a produtividade em sua operação industrial.

            Se você quer aprender a aplicar o Node-Red para automação industrial, confira nosso curso de automação industrial clicando aqui!

            Ademais, para obter mais informações sobre Node-Red e ter acesso a fórum e documentações direto na íntegra, clique aqui.

            TIA Portal V19 : Confira suas Novidades e Atualizações

            A mais recente atualização do TIA Portal V19 da Siemens trouxe diversas novas funcionalidades para otimizar e aprimorar sua experiência com o software.

            Explore as principais inovações desta versão e descubra como elas podem transformar e potencializar seus projetos de automação.

            O Que É o TIA Portal V19?

            O TIA Portal (Totally Integrated Automation Portal) é a plataforma da Siemens para desenvolver soluções integradas de automação.

            A versão V19 traz avanços que aumentam a eficiência, flexibilidade e integração dos sistemas.

            Se você trabalha, gere ou busca se capacitar em programação de CLP, configuração de IHM ou qualquer aspecto da automação industrial, esta atualização é essencial para você.

            Novidades em Programação de CLP

            Melhorias no Controle PID e Novas Instruções 

            A atualização não só trouxe a nova instrução “Filter_Universal” para CLP’s S7-1500, mas também aprimorou a capacidade de ajuste de frequências.

            Este filtro digital configurável permite ajustar a transmissão ou atenuação de frequências específicas, o que é crucial para ajustes finos em processos industriais.

            Além disso, a versão 3.0 do PID_Compact agora oferece um ajuste de deadband (zona morta), o que contribui para a redução de interferências e ruídos, consequentemente aumentando a eficiência do sistema.

            Por fim, a instrução “Random” foi adicionada, sendo especialmente útil para simulação de cenários e testes, bem como para funções específicas em processos industriais.

            Acesso Simbólico Durante o Tempo de Execução

            A nova função “Symbolic access during runtime” permite que aplicativos externos acessem tags no programa PLC em tempo real.

            Isso é útil para aplicações IHM e funções OPC UA, com suporte a tipos de dados struct e STRING/WSTRING, tornando o gerenciamento e a comunicação de dados mais eficazes.

            Avanços na Configuração de Hardware

            Suporte Expandido para CPUs

             A versão V19 do TIA Portal trouxe suporte para novas CPUs, como as S7-1500 Compact CPUs 1511C-1 PN e 1512C-1 PN.

            Essas CPUs oferecem até 70% mais memória de programa e 100% mais memória de dados, além de melhorias no desempenho de comunicação, com aumentos de aproximadamente 1,6 vezes para OPC UA e 2,3 vezes para OUC.

            Gestão Uniforme de Usuários e Segurança

            A atualização também trouxe melhorias na gestão de usuários para as CPUs S7-1500, introduzindo novos recursos para comunicação PG/HMI, servidor web e OPC UA.

            Além disso, o registro de segurança agora conta com uma memória separada para logs de segurança e oferece suporte a sistemas de monitoramento externos, o que aumenta significativamente a segurança no chão de fábrica.

            Essas melhorias garantem uma gestão mais eficaz dos dados e maior proteção contra falhas e acessos não autorizados, reforçando a confiabilidade dos sistemas industriais.

            Indústria 4.0 e Integração TI-TA

            Uma das grandes novidades do TIA Portal V19 é a integração com o Visual Studio Code (VSCode), que aprimora significativamente a interação entre TI e automação.

            Com essa atualização, o VSCode agora pode ser utilizado como ambiente de desenvolvimento para scripts no WinCC Unified, aproveitando sua robustez e popularidade. Embora sutil, este update melhora a Indústria 4.0 ao oferecer uma conexão mais fluida entre programação de CLP e aplicações industriais.

            Além disso, o VSCode expande as possibilidades de integração entre TI e automação, permitindo o uso de diversas linguagens e frameworks. Isso é essencial para a implementação de novas tecnologias em ambientes industriais.

            Por exemplo, com Inteligência Artificial (IA), é possível realizar análises em tempo real, prever falhas e otimizar processos, tornando-os mais eficientes e inteligentes. O VSCode ainda oferece funcionalidades incríveis, como gerar relatórios, enviar e-mails com dados importantes, criar dashboards e preencher planilhas.

            Além disso, Machine Learning e visão de máquina podem ser integrados para otimizar decisões e monitorar o desempenho das máquinas com mais eficiência. Com isso, diagnósticos mais precisos, antecipação de falhas e maior segurança nos processos são alcançados, sem a necessidade de múltiplos sensores ou câmeras estáticas.

            Graças ao aprendizado de máquina, o processo pode identificar e corrigir erros em produtos, gerando notificações e informações detalhadas sobre o problema utilizando apenas câmeras.

            Essa conexão aprimorada entre o TIA Portal e o VSCode reforça o compromisso com a Indústria 4.0, onde a integração entre Tecnologia da Informação e automação é essencial para fábricas e processos 4.0.

            Ao utilizar o VSCode, os profissionais podem integrar aplicações de maneira mais eficaz, acelerar o desenvolvimento e garantir que as soluções de automação atendam às crescentes demandas de uma indústria cada vez mais conectada.

            Considerações Finais

            Com as novas funcionalidades do TIA Portal V19, a Siemens reafirma seu compromisso com sempre manter seu software atualizado e trazendo o que há de mais novo na automação industrial, tudo em apenas um software, oferecendo ferramentas que aumentam a eficiência, segurança e flexibilidade dos sistemas de controle.

            Se você trabalha com programação de CLP, configuração de IHM ou outros aspectos da automação, a atualização para o TIA Portal V19 é a escolha ideal para seus projetos.

            Gostou do que viu e quer se aprofundar mais? Explore o universo da Siemens e da programação avançada do TIA Portal Clicando Aqui .

            Aula de CLP do Básico ao Prático Gratuito

            Nesse artigo você verá uma aula de CLP do básico ao prático com simulador gratuito.

            Você verá como sua programação pode ser simples, rápida e fácil de fazer, mesmo que você seja iniciante.

            Veja conceitos básicos e práticos sobre CLP, seu funcionamento e sua programação.

            Você pode acompanhar esse conteúdo também no vídeo abaixo.

            CLP definição

            O termo “CLP” (Controlador Lógico Programável) é um equipamento que se parece com o cérebro humano

            Ele (assim como nosso cérebro) armazena informações enviadas por sensores externos.

            Esses sensores enviam impulsos elétricos ao CLP e podem ser substituídos por outros tipos de sensores conforme a necessidade, como pressostatos ou botões, por exemplo.

            A programação do CLP consite em, basicamente, na escrita de códigos em linguagens de programação específicas para controlar dispositivos que estão contectados a ele.

            Sendo assim, o programador carrega esses códigos no CLP e ele executa para controlar dispositivos e equipamentos.

            Lógica de Programação em Ladder

            Sabemos que a programação em Ladder é uma das mais utilizadas na área industrial.

            Porque, ladder é uma linguagem visual e fácil de entender, e se parece muito com um diagrama elétrico.

            Aliás, a origem da linguagem ladder, vem dos diagramas elétricos.

            Passo a passo Prático com CLP

            Vamos simular uma chave seletora conectada ao CLP que liga/desliga um motor que movimenta uma esteira.

            Abaixo vemos as instruções para esse projeto:

            • Uma entrada digital do CLP é energizada quando a chave seletora está na posição “on”, o que indica ao CLP para ligar o motor.
            • Uma saída digital é energizada pelo CLP para acionar um contato que liga o motor fisicamente.
            • Ao colocar a chave seletora na posição “on”, o motor liga imediatamente e após 10 segundos a esteira também liga. Após mais 10 segundos, o motor desliga automaticamente.
            • Para religar, é necessário colocar a chave seletora na posição “off” e depois voltá-la para “on”.

            Como Funcionam as Entradas e saídas no CLP

            Para essa lógica serão usadas entradas e saídas digitais.

            A entrada é representada por uma chave aberta no esquema elétrico, ou seja, um contato NA e está no endereço físico do CLP %I0.0. Essa é nossa chave seletora.

            Enquanto que, a saída digital %Q0.7 está fisicamente conectada a um contator, responsável por movimentar o motor.

            Software de programação gratuito para CLP

            Vamos usar o Machine Expert Basic da Schneider – se quiser saber como baixar, CLIQUE AQUI.

            Criando a lógica de programação

            Em primeiro lugar, abra o software.

            Perceba que aparece uma configuração de segurança, porém, deixe inativo.

            Clique em “Aplicar”.

            Agora, na aba “Configuração”, vamos configurar o hardware (mesmo sendo uma simulação).

            Selecione o CLP de sua escolha e arraste. Aqui, escolhi o TM221M16R.

            E então, adicione os seguintes componentes aos degraus :

            • 1 contato NA

            • 1 Bobina

            Atribua nome e endereço conforme figura abaixo. Contato NA = %I0.0 e bobina = %M0.

            Sendo assim, agora adicione uma nova linha.

            Nesse ponto adicione um temporizador do tipo TON.

            E acaso queira saber mais sobre os elementos básicos mais utilizados em programação de CLP, CLIQUE AQUI.

            Continuando, pré configure o temporizador para 10 segundos.

            Por favor, lembre-se de colocar a base de tempo na unidade de segundos.

            Então adicione um contato normal aberto com endereço %M0 (auxiliar liga) e conecte ao IN do contador. 

            Depois adicione ao final da linha uma bobina com endereço %M1 (auxiliar contador).

            Agora crie mais uma linha e adicione um contato normal aberto com endereço %M0 (auxiliar liga) e adicione ao final da linha uma bobina com endereço físico %Q0.7 (liga motor).

            Para que o descritivo operacional seja respeitado, precisamos inserir um componente que desligue o motor passado os 10 segundos do temporizador.

            Sendo assim, insira um contato normal fechado na linha após o contato normal aberto.

            O endereço será o %M1 que é referente à bobina do temporizador.

            Simulando a lógica

            Antes de mais nada, clique sobre o botão Iniciar o Simulador e veja sua lógica funcionando.

            Dessa forma irá aparecer uma janela que é referente ao PLC que você escolheu.

            Agora clique para “Iniciar o controlador”.

            Clique em “OK”.

            Então, para testar sua lógica, clique sobre o número “0” na coluna “IN”.

            Assim, o temporizador começará a contar o tempo, e após 10 segundos irá desenergizar a bobina, o que fará com que o motor seja também desligado.

            Após o tempo decorrido, o motor foi desligado automaticamente.

            Conclusão

            E então, você fez uma automatização para ligar e desligar um motor com um tempo predeterminado, que nesse caso, aciona uma esteira.

            Perceba que existem inúmeras possibilidades e necessidades de automação dentro da área industrial.

            E como conseguimos, em poucos passos, criar uma lógica para acionar um motor automaticamente após um período de tempo.

            Capacitação Profissional em CLP

            Se você tem interesse em aprender a programar CLP´s e criar as mais variadas lógicas para automação de processos…

            E saiba como se inscrever para o treinamento Inetec.

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            Diferenças entre Automação e Instrumentação

            Diferenças entre automação e instrumentação, venha descobrir do que se tratam essas duas disciplinas!

            A automação e a instrumentação são duas áreas muito importantes na engenharia e elas desempenham papéis fundamentais em muitos processos diferentes.

            Embora exista relação entre as duas disciplinas, elas possuem conceitos e funções diferentes.

            O que é automação?

            Automação basicamente significa usar a tecnologia para executar tarefas automaticamente, sem precisar de uma pessoa para fazer isso.

            O objetivo da automação é melhorar a eficiência, a precisão e a confiabilidade das atividades, evitando que as pessoas tenham que fazer tarefas repetitivas ou perigosas.

            Ela pode ser usada em várias áreas, como em fábricas, na agricultura, no transporte e inclusive em nossas residências.

            Por exemplo, em uma montadora de carros existem vários processos automatizados. Imagine o processo de solda de peças do carro, se não existisse a automação provavelmente teria-se uma ou mais pessoas executanto essa tarefa manualmente.

            Com o advento da automação, equipamentos (atuadores) como válvulas on-off ou de controle, motores elétricos, executam essa tarefa (e muitas outras) de forma automática e muito precisa.

            Ainda sobre a automação, você precisa saber que esse é um mundo enorme de tecnologias e ferramentas que juntas, contribuem para que os processos sejam automatizados. Algumas das atividades importantes na automação são:

            • Conhecimento em programação de PLC’s – por meio das linguagens ladder (a mais popular), lista de instruções, texto estruturado;
            • Configuração de SDCD’s – é necessário conhecer hardware e software de programação desses sistemas, uma vez que eles são responsáveis por receber algumas informações de campo (geralmente dos sensores modulares como temperatura, nível, vazão), e inclusive, eles “conversam” com os PLC’s dentro da indústria através dos protocolos de comunicação (rede).
            • Banco de Dados – é literalmente uma base onde se armazenam os dados dos processo afim de disponiblizar para os níveis de gerenciamento dentro de um processo industrial.
            • Conhecimento dos parâmetros do processo – é uma habilidade necessária para correta programação de lógicas de controle de processos (feitos dentro dos PLC’s e SDCD’s em sua maioria).

            Exemplos de dispositivos para automação

            • Controlador Lógico Programável (CLP ou PLC);
            • Interfaces Homem-Máquinas (IHM’s);
            • Robôs;
            • Sistema Digital de Controle Distribuídos (SDCD’s).

            O que é instrumentação?

            Já a instrumentação é o uso de instrumentos ou dispositivos como (sensores, sinalizadores, atuadores) para medir, controlar e monitorar as variáveis de um processo.

            Sendo assim ,esses dispositivos “sentem” o processo por meio da medição de suas variáveis e transformam os dados coletados em informações.

            Existe instrumentação (assim como a automação) em diversos processos, como indústria, nas nossas casas, nos nossos carros…você sabia que o condicionar de ar da sua casa tem instrumentação?

            Então, resumidamente a instrumentação “mede” o processo e a automação usa essa medição para agir naquele processo.

            Existem outras coisas envolvidas na instrumentação, aliás, existe tanta coisa na instrumentação que você ficaria surpreso.

            Algumas dessas “coisas” são:

            • Metrologia – essa disciplina é responsável por garantir que as medições estejam confiáveis e precisas. Como? Através da calibração, verificação e certificação dos instrumentos de medição.
            • Redes de comunicação de instrumentos – existem protocolos de comunicação para os intrumentos inteligentes que compõem o processo em uma indústria por exemplo. Alguns nomes para você se familiarizar são, HART (em português Protocolo de Acesso a Transmissores Inteligentes), o PROFIBUS, o Foundation Fieldbus e Modbus.
            • Especificação de instrumentos (ou Folha de Dados) – essa área da instrumentação diz respeito à especificação dos instrumentos (ou dos melhores instrumentos) para cada aplicação. O profissional deve ser capaz de especificar o instrumento que melhor se adapte às condições do processo medido, levando em consideração a qualidade do instrumento e o preço, basicamente.
            • Analítica – se refere à are da instrumentação responsável pela medição de parâmetros (ou variáveis) como pH, condutividade, turbidez, etc. Essa parte da instrumentação é mais complexa e exige capacitações específicas por parte do instrumentista.

            Vamos a um exemplo:

            Em uma plantação de laranjas, existem sensores de umidade do solo e termômetros instalados em diferentes áreas para coletar dados sobre a umidade do solo e a temperatura ambiente.

            Dessa forma, existe uma conexão desses sensores (que fazem parte da instrumentação) a um sistema de automação que controla a irrigação e o sistema de ventilação.

            Assim, a combinação de instrumentação e automação possibilita o monitoramento contínuo da umidade do solo e da temperatura na plantação de laranjas, garantindo condições ideais para o cultivo e melhorando a produção de frutas com alta qualidade.

            Considerações Finais

            Então, trocando em miúdos (resumindo): Essas duas disciplinas (que têm uma infinidade de tenologias e conceitos associados) fazem parte de uma pirâmide com várias camadas.

            Os sensores medem as variáveis do processo e a automação (PLC´s e SDCD’s) processa esses dados, transformando em informações e disponibilizando para o usuário os valores referentes às medições (IHM’s).

            A automação através da instrumentação proporciona a possibilidade de se fazer inúmeras tarefas, desde as mais simples às mais complexas.

            Existe automação e instrumentação nas indústrias, nas nossas casas, e nos mais diversos ambientes.

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