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Indústria 4.0: O que é? Conceitos e Aplicações

Vamos falar sobre indústria 4.0?

Para começarmos, aqui vai um breve questionamento, sabe o que  tecnologias como Internet das Coisas, Big Data, Inteligência Artificial, Impressão 3D e Aprendizado de Máquina têm em comum?

Todas são tecnologias emergentes que se tornam o diferencial para essa nova revolução.

Há algumas décadas atrás seria inimaginável cogitar a possibilidade de uma máquina tomar decisões de produção, ou uma linha de montagem inteira prever o fim do estoque e não só avisar mas como dar uma previsão de parada por falha e disparar emails de aviso para o setor de compras e gerenciamento.

Tudo isso pode parecer com a indústria do futuro, se estivéssemos falando de 30 anos atrás, mas essa já é a indústria do hoje, essa é a Indústria 4.0!

A Origem da Indústria 4.0 e Suas Diferenças em Relação às Revoluções Anteriores

O conceito da Indústria 4.0 surgiu na Alemanha em meados de 2010, e foi utilizado pela primeira vez na Feira de Hannover em 2011.

O termo foi resultado de um projeto do governo alemão que visava promover a digitalização da manufatura, com o objetivo de tornar a Alemanha um líder mundial em fornecimento de soluções avançadas, plano este que se tornou tão bem sucedido que hoje indústria 4.0 deixou de ser um conceito e está se tornando uma realidade em diversos locais do mundo.

As Revoluções Industriais Anteriores:

  • Primeira Revolução Industrial (século XVIII): Marcada pelo advento da máquina a vapor e a mecanização da indústria têxtil. Esta fase iniciou a transição de processos manuais e artesanais para a produção em larga escala, utilizando máquinas para aumentar a eficiência.
  • Segunda Revolução Industrial (século XIX): Caracterizada pela introdução da eletricidade, a produção em massa e o uso de linhas de montagem. A eletrificação e o desenvolvimento de novos processos, como o aço, permitiram a fabricação em grande escala e a criação de novos produtos e mercados.
  • Terceira Revolução Industrial (século XX): Também conhecida como Revolução Digital, trouxe a automação através da eletrônica e da informática. A introdução de computadores, sistemas de controle e automação industrial permitiu uma maior precisão e eficiência na produção, marcada também pela robotização de diversos setores da indústria, tendo como destaque a indústria automobilística. 

Qual seria a ‘Revolução’ da indústria 4.0?

Diferentes das últimas 3 grandes revoluções industriais a indústria 4.0 não se destaca por uma mudança bruta de processos como a troca das máquinas a vapor para elétricas ou robotizar as fábricas, a quarta revolução industrial tem como foco central a Integração e Conectividade, onde se busca integrar diferentes áreas do conhecimento para o processo fabril, desde a impressão 3D a profissionais de TI que na indústria 4.0 são uma mão de obra indispensável.

Como exemplo disto, temos:

  • Integração Digital e Conectividade: Ao contrário das revoluções anteriores, que se concentraram em tecnologias individuais, a Indústria 4.0 enfatiza a integração digital. A conexão entre dispositivos e sistemas por meio da Internet das Coisas (IoT) permite a comunicação e o controle em tempo real, otimizando processos de forma holística.
  • Automação Inteligente e Análise de Dados: A Indústria 4.0 se destaca pela utilização de Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning para analisar grandes volumes de dados e realizar decisões automatizadas.

    Essa abordagem possibilita uma otimização contínua dos processos e a adaptação às mudanças de demanda de maneira ágil.
  • Modelagem Virtual e Simulação: A criação de Digital Twins e simulações avançadas é uma inovação significativa da Indústria 4.0. Ao permitir a modelagem e análise de processos e produtos em ambientes virtuais antes da implementação física, reduz-se o risco e o custo de ajustes.
  • Personalização e Flexibilidade: Enquanto as revoluções anteriores focaram na produção em massa, a Indústria 4.0 permite uma produção personalizada em massa, adaptando-se rapidamente às preferências dos consumidores e às condições de mercado.
  • Tecnologias Avançadas: A Indústria 4.0 é impulsionada por tecnologias emergentes como a Manufatura Aditiva (impressão 3D), Realidade Aumentada e Virtual, que proporcionam novas formas de criar e visualizar produtos, tornando o processo de fabricação mais eficiente e inovador.

Pilares da Indústria 4.0

Por ter diversos conceitos, tecnologias e processos diferentes em uma única revolução, pela primeira vez na história foram adotados tecnologias chave para um processo 4.0, conhecidos como os pilares da indústria 4.0, sendo eles:

  • Internet das Coisas (IoT): Conecta dispositivos e sensores para coletar e analisar dados em tempo real, permitindo o monitoramento e o controle remoto dos processos produtivos.
  • Big Data e Análise de Dados: Utiliza grandes volumes de dados para identificar padrões, otimizar operações e prever falhas, apoiando decisões mais informadas e ágeis.
  • Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning: Automatizam processos e otimizam a produção ao aprender com dados históricos, promovendo melhorias contínuas e decisões preditivas.
  • Robótica Avançada: Implementa robôs colaborativos e autônomos que realizam tarefas complexas com precisão e eficiência, ampliando as capacidades produtivas e reduzindo erros humanos.
  • Simulação e Digital Twins: Cria modelos virtuais de processos e produtos para simulação e testes, facilitando a análise de desempenho e a identificação de melhorias antes da implementação física.
  • Manufatura Aditiva (Impressão 3D): Permite a produção de peças e componentes diretamente a partir de modelos digitais, reduzindo o tempo e o custo de fabricação e permitindo personalizações rápidas.
  • Realidade Aumentada e Virtual: Melhora o treinamento, o suporte técnico e a visualização de processos por meio de interfaces imersivas e interativas, proporcionando uma experiência mais envolvente e educativa.

Onde a Indústria 4.0 Pode Ser Aplicada?

A pergunta mais adequada seria: onde a Indústria 4.0 não pode ser aplicada? Com um conceito tão vasto e repleto de inovações tecnológicas, a Indústria 4.0 encontra espaço em praticamente qualquer processo fabril, seja nas pequenas indústrias, seja nas maiores montadoras.

Ao contrário das revoluções industriais anteriores, a quarta revolução industrial não visa alterar radicalmente a estrutura, o maquinário ou os processos de produção. O objetivo é integrar, otimizar e tornar esses processos mais eficientes.

A proposta é conectar todos os processos de uma planta industrial. Isso vai além de células robóticas que se comunicam com centros de usinagem para colocar e retirar peças da linha de produção. Estamos falando de inteligência artificial monitorando e analisando todo o processo de produção, tomando decisões automáticas, ajustando parâmetros operacionais, gerando relatórios, prevendo falhas e sugerindo melhorias.

Câmeras podem detectar erros, situações de risco e quedas na qualidade. Além disso, a fábrica acumula um enorme banco de dados, que é constantemente analisado por IA para aprender e aperfeiçoar continuamente o processo fabril.

E a Indústria 4.0 não se limita à integração dentro de uma fábrica. Ela também permite a comunicação entre diferentes fábricas de forma coordenada. Imagine uma fábrica de bolos notificando seus fornecedores de farinha sobre o nível de estoque em tempo real e fazendo pedidos automaticamente conforme a demanda. Esse é o verdadeiro poder da Indústria 4.0, a interconectividade e a eficiência em todos os níveis da produção.

Qual a Proposta para a Indústria 4.0 no Brasil?

A Indústria 4.0 representa, de fato, uma oportunidade para modernizar o setor industrial brasileiro, mas o contexto do país revela uma série de obstáculos que dificultam essa transformação. O Brasil, historicamente, se baseia em um modelo econômico focado na exportação de matérias-primas, como minérios, soja e petróleo, que são industrializadas no exterior e reimportadas como produtos acabados.

Essa dependência da exportação de commodities, em vez de um processo de industrialização local, enfraquece o desenvolvimento de um setor industrial robusto e tecnologicamente avançado dentro do país.

Além disso, o Brasil ainda enfrenta dificuldades em consolidar a Indústria 3.0, que é marcada pela automação e a digitalização da produção. Muitos setores industriais ainda operam com tecnologias defasadas e carecem de investimentos em inovação.

A infraestrutura básica, como energia elétrica estável e internet de alta velocidade, permanece insuficiente em várias regiões, especialmente em áreas afastadas dos grandes centros. Essa realidade limita o avanço de tecnologias mais sofisticadas da Indústria 4.0, como Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial.

A transformação digital no Brasil, embora incentivada por algumas iniciativas governamentais, ainda está distante de atingir o nível de industrialização visto em países mais desenvolvidos. Para o Brasil aproveitar as oportunidades da Indústria 4.0, o país precisa coordenar melhor os esforços, priorizando a inovação interna, a modernização da infraestrutura e a requalificação da força de trabalho.

Isso passa também por uma revisão da política de exportação de matérias-primas, visando aumentar o valor agregado da produção nacional. Caso contrário, o país continuará preso em um ciclo de baixo valor agregado, onde depende da tecnologia de fora para transformar a própria riqueza que exporta.

Apesar de alguns indicativos negativos sobre o mercado nacional, ainda existem iniciativas de empresas que estudam e aplicam as tecnologias da indústria 4.0, como por exemplo as fabricas da mercedes para produção de caminhões que já se denominam fabricas 4.0, além de já existirem alguns centros de desenvolvimetno da industria 4.0 capacitando e formando novos profissionais prontos para implementar e trabalhar com essas novas tecnologias emergentes.

Como Está a Indústria 4.0 Hoje no Mundo?

A Indústria 4.0 já é uma realidade em diversas partes do mundo, com fábricas completamente automatizadas e conectadas que estão redefinindo os padrões de produção. Um exemplo notável é a Tesla, que combina inteligência artificial, robótica avançada e big data para criar uma linha de produção quase inteiramente automatizada em suas fábricas. A Gigafactory, por exemplo, é um modelo de produção inteligente que utiliza dados em tempo real para otimizar processos, prever falhas e melhorar continuamente a eficiência. Esse nível de automação e integração coloca a Tesla como um dos principais exemplos de uma fábrica 100% Indústria 4.0.

Outros exemplos globais incluem a Siemens, que implementou tecnologias de automação avançada em suas fábricas na Alemanha, e a General Electric, que utiliza inteligência artificial e IoT para maximizar a produtividade e reduzir custos.

Na Ásia, o Japão também tem se destacado com a automação robótica e sistemas de manufatura altamente integrados, enquanto a China está investindo pesadamente em transformação digital para impulsionar sua produção industrial.

No entanto, mesmo em países avançados como Estados Unidos, Alemanha e Japão, o processo de adoção da Indústria 4.0 está em constante evolução. Essas nações estão continuamente aprimorando suas fábricas inteligentes, desenvolvendo novas tecnologias e expandindo os conceitos além dos nove pilares iniciais da Indústria 4.0, como IoT, big data e inteligência artificial.

Hoje, fala-se de um ecossistema ainda mais amplo, que inclui tecnologias como drones, biotecnologia, computação quântica, gêmeos digitais e novos avanços em cibersegurança.

Conclusão

A Indústria 4.0 já deixou de ser uma ideia distante e está transformando o cenário industrial mundial. Tecnologias como IoT, IA, big data e manufatura aditiva já são amplamente utilizadas em fábricas inteligentes, oferecendo maior eficiência, flexibilidade e precisão.

O futuro da produção está em constante evolução, e as empresas que adotarem essas inovações estarão na vanguarda de uma nova era industrial. Seja no Brasil ou em outros países, a Indústria 4.0 oferece uma oportunidade sem precedentes para reimaginar e redefinir a forma como produzimos e interagimos com a tecnologia.

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2 Comments

  1. Devemos estar preparado para o novo mercado de trabalho

  2. A indústria 4.0 no Brasil ainda está muito fragmentada, ou seja, as indústrias não estão aparelhadas com as tecnologias necessárias para a integração industrial e comercial de seus produtos.


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